Em parecer no Supremo, PGR é a favor de liberar ação popular que propõe 'cura gay'

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra pedido do Conselho Federal de Psicologia (CFP) para paralisar uma ação na Justiça Federal que permitia a chamada "cura gay", técnicas de suposta reversão sexual que são proibidas pelo CFP desde 1999. Hoje, a ação já está suspensa por decisão liminar da ministra Cármen Lúcia, mas o julgamento definitivo ainda não ocorreu.
documento da PGR é assinado pelo subprocurador-geral da República Paulo Gustavo Gonet Branco. Ele não chegou a dizer se concorda ou não com a decisão do juiz federal de primeira instância, mas alegou questões técnicas para defender a continuidade da ação.
Uma resolução de 1999 do CFP proíbe a chamada "cura gay". Em setembro de 2017, ao analisar uma ação popular, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal de Brasília, determinou que o CFP não deveria impedir "atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual".

Em dezembro de 2017, ele recuou em parte de sua decisão, permitindo que psicólogos façam atendimentos a homossexuais insatisfeitos com a própria sexualidade, com o propósito de investigação científica, mas sem deixar expressa na decisão a possibilidade de atendimentos com a finalidade de "(re)orientação sexual ".
Em setembro de 2018, o CFP pediu que o STF suspendesse os efeitos da decisão do juiz federal. Para o órgão, "a partir da prolatação da decisão reclamada, o ordenamento jurídico brasileiro passou a admitir, implicitamente, que a condição existencial da homossexualidade no Brasil, ao invés de constituir elemento intrínseco e constitutivo da dignidade da pessoa, retrocedeu no tempo, a fim de considerá-la uma patologia a ser supostamente tratada e curada através dos serviços de saúde, dentre os quais, a atuação de psicólogas e psicólogos".

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

Disqus Shortname