Sem ônibus, londrinenses ficam sem saber como ir para o trabalho

greve de motoristas e cobradores de uma das empresas responsável pelo transporte coletivo de Londrina, no norte do Paraná, prejudica milhares de pessoas que dependem de ônibus para chegar no trabalho.
A empregada doméstica Maria Socorro Propício Silva estava preocupada e irritada com a situação. Ela chegou às 6h30 no Terminal do Vivi Xavier e sem nenhum veículo circulando pelo local, ela não sabia como chegaria no trabalho.
"A gente acorda cedo, animada, mas chega aqui e não tem ônibus. Tenho só R$ 10, não tenho como ir de outro jeito. Hoje ainda é o dia do meu pagamento, estou sem nada de dinheiro. Vou esperar a minha patroa entrar em contato para saber o que vou fazer", disse Maria Socorro. Ela usa dois ônibus para chegar no trabalho.
No mesmo terminal, a também empregada doméstica Maria da Conceição da Silva Trancoso sem saber o que fazer. Ela disse que entende as reivindicações dos motoristas e cobradores da empresa, mas reclama que a categoria poderia ter avisado o dia que paralisaria as atividades.
"É uma vergonha, eles falam que vão fazer greve, mas não falam o dia. Sobe a passagem, as empresas não dão os direitos aos trabalhadores, então eles estão certo. Mas, sem ônibus não tenho como chegar no trabalho, moro no Vivi Xavier, na região norte, e o meu trabalho é na região sul. Sem chance de ir de a pé", afirma.

Paralisação

Os funcionários da empresa Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira (4), de acordo com o o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol).
A empresa tem 1,4 mil funcionários e é responsável por 83% das linhas de ônibus que operam no município. De acordo com o Sinttrol, nenhuma das linhas da empresa está circulando ao longo da manhã.
No entanto, a empresa afirma que dos 287 ônibus da TCGL que circulam diariamente, somente 6 estão na rua.
De acordo com o sindicato, a empresa se recusou a assinar um acordo coletivo que prevê reposição de 4% nos salários e pagamento de um abono de um Programa de Participação nos Resultados (PPR).
Em assembleia realizada no início da manhã, os trabalhadores da empresa decidiram pela continuidade da greve, ou seja, o serviço continuará paralisado até que a empresa apresente uma nova proposta.
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros Intermunicipais (Metrolon) e a TCGL informaram que não há motivo para a greve, pois encaminou uma proposta com condições ainda melhores que a da outra empresa já assinou o acordo coletivo.
A empresa informou ainda que agora aguarda julgamento do interdito proibitório para garantir o atendimento ao londrinenses.
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) responsável por gerenciar o transporte coletivo no município ainda não se manifestou.

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