Indonésia estende buscas por vítimas e segunda caixa-preta de acidente Boeing

As autoridades da Indonésia estenderam neste domingo (4) em três dias as buscas pelas vítimas e a segunda caixa-preta dos destroços de um jato de passageiros que caiu na semana passada, matando todas as 189 pessoas a bordo.
“Decidimos estender em três dias” começando na segunda-feira, disse o chefe da agência de busca e resgate (Basarnas) Muhammad Syaugi em coletiva de imprensa.
A decisão foi baseada em uma avaliação e observações do local do acidente, disse ele aos jornalistas, acrescentando que os restos mortais de muitas vítimas ainda não foram recuperados.
Até este domingo, um total de 105 sacos para corpos, poucos com restos intactos, haviam sido recuperados e entregues à polícia para identificação forense, ainda que apenas sete vítimas tenham sido identificadas.
“Eu tenho certeza de que esse total irá aumentar”, disse Syaugi.
A agência está priorizando a recuperação de restos humanos e do gravador de voz da cabine de pilotagem (CVR, na sigla em inglês), a segunda caixa-preta do quase novo Boeing 737 MAX que caiu no mar na segunda-feira, 13 minutos depois de decolar de Jacarta.
Mergulhadores têm aprimorado os sinais de ping em sua busca pela segunda caixa-preta, enquanto investigadores tentam obter dados do parcialmente danificado gravador de dados de vôo recuperado na quinta-feira.
“O sinal captado pelo localizador ping foi acompanhado por mergulhadores confiáveis”, disse Syaugi, “mas eles não o encontraram ainda.”
Acredita-se que o dispositivo esteja a cerca de 50 metros da principal área de buscas, onde a água tem apenas 30 metros de profundidade, mas as correntes do oceano e lama no fundo do mar com mais de um metro de profundidade têm complicado os esforços de busca, disse Syaugi.
O piloto do vôo JT610 pediu, e recebeu, permissão para voltar à Jacarta, mas o que aconteceu de errado continua um mistério.
Enquanto os parentes das vítimas estão desesperados para saber o que aconteceu, a investigação do primeiro acidente com um Boeing 737 MAX também é foco de escrutínio da indústria de aviação global. Descobertas da investigação preliminar devem vir a público após 30 dias.
A Indonésia é um dos mercados de aviação de mais rápido crescimento no mundo, mas seu histórico de segurança tem sido irregular. O painel de segurança de transporte do país investigou 137 sérios acidentes aéreos de 2012 a 2017.
“Ainda há muito que precisamos melhorar”, disse diretor-geral de Transporte Aéreo,Pramintohadi Sukarno, em coletiva de imprensa no sábado, referindo-se às regras de segurança.
Marinheiro usa binóculos durante operação de busca de vítimas, destroços e equipamentos do avião da Lion Air nas águas de Java, na Indonésia — Foto: Fauzy Chaniago / AP
Marinheiro usa binóculos durante operação de busca de vítimas, destroços e equipamentos do avião da Lion Air nas águas de Java, na Indonésia — Foto: Fauzy Chaniago / AP

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